quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

“Tampouco” dispensa o “nem”

por Thais Nicoleti |

 “O relatório final do delegado da PF Rodrigo Carneiro já enfrentava esses pontos. Segundo a investigação, ‘Mattoso não tinha nenhum motivo pessoal para [fazer] tal pesquisa nem tampouco se interessaria ou se envolveria pessoalmente [nisso]’.” 
No fragmento acima, reprodução de uma declaração, observamos o uso da construção “nem tampouco”, uso, aliás, comum na linguagem oral. O fato é que “tampouco”, sozinho, já tem significado negativo. O advérbio quer dizer “também não”. O emprego da segunda negativa (“nem”), portanto, é considerado uma redundância.
Do ponto de vista da norma culta, a forma “tampouco” emprega-se depois de uma oração negativa, dela separada por uma vírgula: “Não me contou onde esteve, tampouco perguntou aonde eu tinha ido”.
Assim, o texto da passagem transcrita poderia ser corrigido da seguinte forma:
  O relatório final do delegado da PF Rodrigo Carneiro já enfrentava esses pontos. Segundo a investigação, “Mattoso não tinha nenhum motivo pessoal para [fazer] tal pesquisa, tampouco se interessaria ou se envolveria pessoalmente [nisso]”.


fonte: http://colunas.gazetaweb.globo.com/platb/dicasdeportugues

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