segunda-feira, 7 de maio de 2012

ESTAR NO MUNDO E NÃO SER DO MUNDO





    Ultimamente eu venho pensando muito na compreensão que temos, enquanto cristãos, acerca da nossa relação com o mundo. Tenho visto que há uma confusão muito grande entre as duas questões: Estar no mundo e não ser do mundo.
          O próprio Jesus em sua oração conhecida como Sacerdotal, relatada no Capítulo 17 do Evangelho de João, já rogava ao Pai para que houvesse uma compreensão do dilema estar e não ser do mundo, vejamos algumas trechos só para conferir, ou, como diriam os pentecostais, para não ficar só nas minhas palavras:
Estar no Mundo:
Vs 11a Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo...
Vs 15 Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal.
Vs 18 Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
Não Ser do Mundo
Vs 14 Eu lhes tenho dado a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como também eu não sou.
Vs 16 Eles não são do mundo, como também eu não sou.
          Eis o grande dilema na Oração Sacerdotal de Jesus: Estar e não ser?, Eis a questão. Contudo, alguns acham que a questão é de fácil resolução, sendo até um falso problema, entretanto, não é isso que tenho visto na prática da igreja, pois, muitos confundem o não ser com o não estar.
          Antes de qualquer coisa vamos dirimir algumas questões ligadas ao não ser e estar no mundo:
·       O mundo é um local e um sistema. Como local, é o ambiente onde vivenciamos a nossa espiritualidade. Como sistema, é uma forma de pensar, uma cosmovisão, que se opõe a do Evangelho.
·       Estar no mundo é uma contingência, e não ser do mundo é essência. Como contingência, devemos compreender que estar é um momento ainda que transitório, mas que deve ser vivido em sua plenitude. E o não ser como essência, é a compreensão que mesmo estando no mundo, a nossa comovisão não é mundana.
         
A Igreja de forma geral, no afã de não ser do mundo, se isola do mundo, se fechando para todas as demandas vivenciadas pelo mundo, estabelecendo uma barreira para tudo aquilo que é ou estar no mundo.
O muro serve indistintamente para as coisas que estão e também que são do mundo, esquecendo que nem tudo que estar necessariamente é, a barreira vem na forma das afirmativas: Não faça isto que isto é do mundo, Não admire isto que isto é de mundo, e se é do mundo é pecado.
O problema é que o isolamento nem sempre vem revestida de uma mudança de essência, ou seja, muitos se isolam do mundo, para viver em sua ilha, chamada igreja, como pessoas mundanas, ou seja, não tocam nas coisas no mundo, não as admiram, não se relacionam com as pessoas do mundo, entretanto pensam como mundanos, com a mesma lógica esgoísta, implementada pelo pecado.
Uma Igreja isolada do mundo, tem problema com a arte e a diversão que estar no mundo, e não necessariamente são mundanas, pois ela fecha os seus ouvidos e olhos para tudo aquilo que procede do outro lado do muro de separação.
Uma igreja isolada não se relaciona com a comunidade que estar no mundo, pois caso essa alguém precise dos Santos, que venham a eles, pois são muito puros para dialogar com pecadores perdidos. É a igreja que perdeu o sentido de ser sal da terra e luz do mundo.
Jesus rogou por uma igreja no mundo, presente e sensível as demandas do mundo, contudo, que viva e processe tais demandas sob a égide de uma lógica diferenciada, santa, justa e bíblica.
Por isso, rogo a você querido leitor: Seja um cristão no mundo, sem ser dele. Viva, toque, se relacione, compreenda, contudo, processe tudo sob a ótica do Evangelho,  e apresente a possibilidade de uma nova perspectiva de mundo, para aqueles que são e estão no mundo.
Pr. Jonas Silva

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