quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cresce a quantidade de negros e pardos no ensino superior nacional

Henrique Mendonca, de 24 anos, faz faculdade de Administracao a distância Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Henrique Mendonca, de 24 anos, faz faculdade de Administracao a distância Leo Martins / Agência O Globo
RIO - A quantidade de negros e pardos no ensino superior nacional vem crescendo num ritmo mais acelerado do que o número total de estudantes do terceiro grau no Brasil. De 2011 para 2012, o universo de matrículas do grupo avançou 15,6%, enquanto o total de matriculados no ensino superior no período subiu 4,4% em todo o país. A política de cotas sociais e raciais, além de outras ações afirmativas implementadas pelos governos, estão entre fatores que explicam esse aumento.
Veja aqui números do Censo do Ensino Superior 2012.
Os números fazem parte dos microdados do Censo da Educação Superior de 2012, divulgados nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC). A pesquisa também mostra um avanço significativo nas matrículas de cursos a distância.

O universo total de estudantes do ensino superior brasileiro foi de 6,739 milhões em 2011 para 7,037 milhões em 2012. Nesse período, o Brasil passou de 807.199 negros e pardos frequentando cursos de graduação (11,9% do total) para 933.685 (13,2% do todo). No ano passado, 1,62 milhão (24%) se declaravam brancos. Já cerca de 1,9 milhão optaram por não declarar sua cor. E o Inep não dispõe de informações sobre 2,460 milhões de alunos matriculados em 2012. Segundo o órgão, as próprias instituições de ensino superior não forneceram os dados sobre essa parcela dos estudantes.
Já o número de indígenas teve crescimento mais tímido. Em 2012, o Brasil tinha 10.282 índios graduando-se, enquanto que no ano anterior eram 9.756 alunos. Aumento de 5,3%.
Para o professor do Laboratório de Análises Econômicas da UFRJ, Marcelo Paixão, há uma relação direta de causa e efeito entre o crescimento mais rápido do número de negros e pardos em relação ao total de matrículas e aprovação no ano passado da Lei de Cotas, que reserva progressivamente 50% das vagas em instituições federais para alunos egressos de escolas públicas, sendo que parte delas destinada a negros, pardos e indígenas.
No entanto, Paixão lembra que a maior conscientização sobre etnia e orgulho étnico também pode explicar em parte esse aumento:
- Muita gente que antes não dizia nada nas pesquisas agora responde que é negro ou pardo. Isso também conta. Mas o que mais pesa, sem dúvidas, é a política de cotas. Voltei do exterior e sinto sim que o campus agora está mais diversificado. Ainda não está como eu gostaria, mas sinto já começou a mudar - afirmou Paixão.
Um terço das universidades federais e 83% dos institutos federais já destinam 50% das vagas à política de cotas, meta que havia sido prevista para 2016. No Programa Universidade para Todos (Prouni) de 2013, 55,3% das bolsas nos institutos particulares de educação superior são para estudantes negros. Já no Fies, os negros representam 47,41% dos contratos firmados desde 2010.
Em 2011, o país tinha 30.420 cursos de graduação (9.833 públicos e 20.587 privados). No ano passado, foram contabilizados 31.866 (10.905 públicos e 20.961 privados).
Cursos a distância avançam sobre presenciais
Os números do Censo mostram um avanço significativo de universo da graduação a distância. O número de pessoas que se matricularam em cursos a distância em 2012 aumentou 12,2% na comparação com o ano anterior. Enquanto isso, as matrículas realizadas em aulas presenciais cresceram menos: 5,8% no Brasil todo.
Da mesma forma, a quantidade de concluintes em cursos a distância aumentou 15% de um ano para outro, ao passo que o número de formados em graduações presenciais registrou queda de 0,1%.
Além disso, enquanto o número de cursos presenciais subiu 8,2% de 2011 para 2012, o universo de graduações a distância foi ampliado em 10%.

fonte: http://oglobo.globo.com

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