sexta-feira, 21 de junho de 2013

O gigante acordou. E agora, José?

Analisando os fatos que ocorrem no país desde o dia 15 de junho de 2013, me parece muito
precipitado apontar uma causa específica para o início das manifestações ou mesmo prever um “grand finale”. É preciso passear pela História para entender muitos aspectos sobre o cenário que o Brasil apresenta hoje e refletir sobre ele. Não sabemos ainda as consequências deste ato revolucionário e corajoso,  cuja comissão de frente é constituída pelos próprios brasileiros: inicialmente pelos internautas com a força das redes sociais, depois por aqueles que ocupam diariamente os pontos de ônibus, as filas de hospitais, estudantes dos mais diversos níveis, donas de casa, avós, trabalhadores em geral, artistas, pessoas de bem, ativistas de vários segmentos. Participam ainda os “infiltrados” de forma negativa ao movimento, aproveitando a situação para promover vandalismo e atos violentos. Estes são minoria no conjunto da obra, mas estão lá também e este fato não deve ser ignorado.

Na realidade, não basta afirmarmos que o início de tudo se deu apenas pelo aumento das passagens de ônibus e atuação do Movimento Passe Livre. Seria um modo muito simplista de analisar os fatos: os protestos sugiram a partir deste ponto, mas por trás dele existiam muitos outros, até então “entalados” na garganta de muitos. Os vinte centavos de aumento nas
passagens de ônibus foram apenas a “ponta do iceberg” e este fato é inegável. Milhões de brasileiros estão indignados com os rumos que o Brasil vem tomando sob o comando de uma política que não privilegia melhores condições de vida para o povo. Este povo cansado e sofrido não aguenta mais tanto descaso e ineficiência de quem “comanda”  este país e que de forma abusiva e corrupta, não  os representa. Nesta altura das manifestações por um Brasil melhor, são muitas as reivindicações. Os vinte centavos foram destrinchados em uma série de pontos a serem analisados e, se possível, devolvidos em forma de ações efetivas para os cidadãos. Entre as reivindicações de melhorias em serviços públicos básicos como saúde e educação, dentre outros, destacam-se:

1º: Não à PEC 37;
2º: Saída imediata de Renan Calheiros da presidência do Congresso Nacional;
3º: Imediata investigação e punição de irregularidades nas obras da Copa, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal;
4º: Desejo de uma Lei que torne corrupção no Congresso crime hediondo;
5º: Fim do foro privilegiado, pois ele é um ultraje ao Artigo 5º da  Constituição.
Enquanto isso, outras questões incomodam e aguardam respostas. Uma delas é o vandalismo e a violência, atos totalmente desnecessários e irresponsáveis, que contradizem a lógica das manifestações pacíficas, essas sim, legítimas. Outra questão é a ausência de  pronunciamento em rede nacional da presidente Dilma Rousseff, até o presente momento, em relação ao que está sendo reivindicado pelos manifestantes Brasil afora, com propostas de  possíveis soluções. A redução das passagens de ônibus definitivamente não é o suficiente para cessar o movimento, afinal, este foi apenas o pontapé inicial. Por isso, onde estão nossos governantes neste momento histórico? Será necessário acontecer algo mais drástico para que só assim a sede do povo seja saciada? Com a mídia internacional de olho no Brasil  em tempos de Copa x manifestações, ficará a Presidência numa “saia justa” a ponto de dar respostas às principais demandas reivindicadas pelos cidadãos ou todo este movimento acabará em pizza? Não sabemos.
Segundo Jean Paul Sartre, “viver é isso: ficar se equilibrando o tempo todo, entre escolhas e consequências”. Seria bom se TODOS refletissem sobre isso. Os brasileiros precisam se expressar de maneira adequada, analisar criticamente o momento que está sendo vivido e agir pelo bem da coletividade. E o momento é agora!
 
 
fonte: http://fluindolhar.blogspot.com.br/2013/06/e-agora-jose.html

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