Após 19 dias, a Operação Ágata 7 chegou
ao fim com a apreensão de um total de 25,3 toneladas de maconha e 657
quilos de cocaína, crack e haxixe. Os números são considerados um
recorde histórico pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, órgão
do Ministério da Defesa que coordena a iniciativa.
Operação Ágata 7 teve açõs de vigilância de rios nas fronteiras do Brasil
Foto: FAB / Divulgação
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Além disso, segundo o ministério, as forças militares e a Polícia
Federal (PF) conseguiram neutralizar a safra de coca no Peru, numa área
de aproximadamente 30 mil hectares, com a fiscalização do comércio de
combustível utilizado para o refino da planta, no município de Tabatinga
(AM). Sem a possibilidade de transformar em pasta base, as quadrilhas
deixaram de produzir 30 toneladas de cocaína que seguiriam diretamente
para o mercado nas regiões Sul e Sudeste do Brasil e para os Estados
Unidos e a Europa.
Nas últimas horas, o Exército Brasileiro - encarregado da fiscalização
de produtos controlados - apreendeu 4,9 toneladas de explosivo numa
empresa na região de Maringá (PR). Também na região Sul, a polícia
apreendeu quatro fuzis 762. Em São Gabriel da Cachoeira (AM), a 850
quilômetros de Manaus, policiais federais prenderam dez pessoas acusadas
de pedofilia. Ente os presos, políticos e empresários influentes
daquela cidade, por supostamente prostituir indígenas. Todos estão na
carceragem da PF na capital do Amazonas.
O balanço da Ágata 7 foi apresentado nesta semana em reunião com o chefe
do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José
Carlos De Nardi, na sede do Ministério da Defesa, em Brasília. A reunião
contou com a participação de oficiais generais e representantes dos
ministérios e agências governamentais. As informações das regiões foram
transmitidas por videoconferência por meio dos comandantes de área.
Durante o período de realização da operação, tropas militares e civis
federais, estaduais e municipais apreenderam também cerca de 4,5 mil
metros cúbicos de madeira. As Forças Armadas empregaram cerca de 33 mil
militares na ação, que contou com o apoio de 1,1 mil servidores de
agências governamentais.
Plantação de coca
Ao longo dos 11 mil quilômetros da fronteira Norte - do Oiapoque (AP) a
Cabixi (RO) -, as Forças Armadas e a PF contaram com a mobilização de
tropas militares do Peru e da Colômbia. Isso levou ao controle do
comércio de gasolina na tríplice fronteira, principal ingrediente para o
refino da coca. O comandante Militar da Amazônia (CMA), general Eduardo
Dias da Costa Villas Bôas, e o superintendente da PF no Amazonas,
delegado Sérgio Lúcio dos Santos Fontes, explicaram que, na região do
Peru, o plantio de coca representa uma área de 30 mil hectares e os
produtores colhem três safras a cada ano.
"Com a operação que fizemos entre 28 de maio e 5 de junho, eles perderam
uma safra. Assim, deixaram de refinar um terço das 100 toneladas de
cocaína que produzem a cada ano", estimou o delegado Fontes.
33 mil militares participaram da operação (Foto: FAB / Divulgação) |
A mecânica da operação se deu no controle de compra e venda de
combustível. Como o litro da gasolina custa R$ 1,90 no Peru, as forças
militares e civis trataram de fazer um cerco nessa região com o apoio
dos militares peruanos e colombianos. "Seria uma grande quantidade de
pasta base de coca para abastecer o mercado interno", previu o delegado.
Terra/montedo.com
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