segunda-feira, 18 de março de 2013

Conheça mais sobre o Integralismo

Mulheres da Juventude integralista, movimento fascista da década de 1930 no Brasil
Mulheres da Juventude integralista, movimento fascista da década de 1930 no Brasil
Uma das principais características do integralismo foi a utilização de diversos símbolos para poder conquistar adeptos para a Ação Integralista Brasileira (AIB), organização que existiu no Brasil durante a década de 1930. Essa significativa simbologia de identificação dos grupos políticos foi também utilizada pelos partidos nazifascistas europeus, como o Partido Nacional Socialista Alemão e o Partido Fascista Italiano.
O símbolo integralista mais conhecido foi o cumprimento realizado entre os militantes da AIB. Com os braços erguidos à frente de seus troncos, os integralistas diziam: anauê! A palavra de origem tupi-guarani era o substituto brasileiro do “Heil Hitler” alemão, tentando demonstrar as origens indígenas da nação brasileira e das contribuições dos vários grupos sociais na formação do país.
O culto da autoridade, no caso principalmente do líder da AIB, Plínio Salgado, manifestava-se na ostentação de fotos nos locais de reunião e também na leitura de seus escritos. De acordo com o Manifesto de Outubro de 1932, o Princípio da Autoridade afirmava que o líder da nação deveria “tomar iniciativas em benefício de todos e de cada um” e era assim fundamentada: “Precisamos de hierarquia, de disciplina, sem o que só haverá desordem. Um governo que saia da livre vontade de todas as classes é representativo da Pátria. Nele deve repousar a confiança do povo. A ele devem ser facultados os meios de manter a justiça social, a harmonia de todas as classes, visando sempre aos superiores interesses da coletividade brasileira. Hierarquia, confiança, ordem, paz, respeito”.
A bandeira nacional, outro símbolo utilizado pelos integralistas, representava o princípio do nacionalismo, apesar de não se esgotar nela: “O nacionalismo para nós não é apenas o culto da Bandeira e do Hino nacional; é a profunda consciência das nossas necessidades, do caráter, das tendências, das aspirações da Pátria e do valor de um povo”. Os integralistas se orgulhavam de serem os verdadeiros e únicos representantes do nacionalismo no Brasil, os que poderiam integrar todos os brasileiros num ideal comum de harmonia social e de unidade e integração do Estado brasileiro. “O Brasil não pode realizar a união íntima e perfeita de seus filhos, enquanto existirem Estados dentro do Estado, partidos políticos fracionando a Nação, classes lutando contra classes, indivíduos isolados, exercendo a ação pessoal nas decisões do governo; enfim, todo e qualquer processo de divisão do povo brasileiro”.
Para referir à integração nacional pela qual lutavam, adotaram a letra grega sigma, ∑, que representava três aspectos das ideias que queriam transmitir. A letra era o símbolo da soma dos infinitamente pequenos, indicada pela primeira vez pelo pensador Leibniz,  e buscava integrar os brasileiros sob a bandeira da AIB. Além disso, o uso da letra tinha origens em grupos cristãos gregos, já que a palavra Soteros, salvador, em grego, inicia-se e termina com a letra sigma. Por fim, o sigma representava a estrela polar do hemisfério Sul, onde está situado o Brasil. Os três elementos representados no sigma indicavam um ideal integral, unindo ciência, religião cristã e uma naturalização da existência do grupo, com a referência à estrela, querendo com isso dizer que este ideal estaria inscrito nos céus.
Grupo de integralistas do estado do Ceará. A vestimenta era uma identificação dos integralistas
Grupo de integralistas do estado do Ceará. A vestimenta era uma identificação dos integralistas
As vestimentas eram iguais a todos e constituídas pelas peças superiores na cor verde e as inferiores, calças e saias, na cor branca, adicionando ainda uma braçadeira com o símbolo do sigma. O objetivo era uniformizar a aparência dos camisas-verdes, os homens, e as blusas-verdes, as mulheres, tentando com isso superar os individualismos, dando unidade estética ao movimento, que era complementado por uma postura que deveria ser a mesma, principalmente nas fotos.
Além do lema, “Deus, pátria e família”, essa simbologia constituía o ideário desse grupo fascista.

fonte: http://www.historiadomundo.com.br/

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