Mulheres da Juventude integralista, movimento fascista da década de 1930 no Brasil
Uma das principais características do
integralismo foi a utilização de diversos símbolos para poder conquistar
adeptos para a Ação Integralista Brasileira (AIB), organização que
existiu no Brasil durante a década de 1930. Essa significativa
simbologia de identificação dos grupos políticos foi também utilizada
pelos partidos nazifascistas europeus, como o Partido Nacional
Socialista Alemão e o Partido Fascista Italiano.
O símbolo integralista mais conhecido
foi o cumprimento realizado entre os militantes da AIB. Com os braços
erguidos à frente de seus troncos, os integralistas diziam: anauê! A
palavra de origem tupi-guarani era o substituto brasileiro do “Heil Hitler”
alemão, tentando demonstrar as origens indígenas da nação brasileira e
das contribuições dos vários grupos sociais na formação do país.
O culto da autoridade, no caso
principalmente do líder da AIB, Plínio Salgado, manifestava-se na
ostentação de fotos nos locais de reunião e também na leitura de seus
escritos. De acordo com o Manifesto de Outubro de 1932, o Princípio da
Autoridade afirmava que o líder da nação deveria “tomar iniciativas em
benefício de todos e de cada um” e era assim fundamentada: “Precisamos
de hierarquia, de disciplina, sem o que só haverá desordem. Um governo
que saia da livre vontade de todas as classes é representativo da
Pátria. Nele deve repousar a confiança do povo. A ele devem ser
facultados os meios de manter a justiça social, a harmonia de todas as
classes, visando sempre aos superiores interesses da coletividade
brasileira. Hierarquia, confiança, ordem, paz, respeito”.
A bandeira nacional, outro símbolo
utilizado pelos integralistas, representava o princípio do nacionalismo,
apesar de não se esgotar nela: “O nacionalismo para nós não é apenas o
culto da Bandeira e do Hino nacional; é a profunda consciência das
nossas necessidades, do caráter, das tendências, das aspirações da
Pátria e do valor de um povo”. Os integralistas se orgulhavam de serem
os verdadeiros e únicos representantes do nacionalismo no Brasil, os que
poderiam integrar todos os brasileiros num ideal comum de harmonia
social e de unidade e integração do Estado brasileiro. “O Brasil não
pode realizar a união íntima e perfeita de seus filhos, enquanto
existirem Estados dentro do Estado, partidos políticos fracionando a
Nação, classes lutando contra classes, indivíduos isolados, exercendo a
ação pessoal nas decisões do governo; enfim, todo e qualquer processo de
divisão do povo brasileiro”.
Para referir à integração nacional pela
qual lutavam, adotaram a letra grega sigma, ∑, que representava três
aspectos das ideias que queriam transmitir. A letra era o símbolo da
soma dos infinitamente pequenos, indicada pela primeira vez pelo
pensador Leibniz, e buscava integrar os brasileiros sob a bandeira da
AIB. Além disso, o uso da letra tinha origens em grupos cristãos gregos,
já que a palavra Soteros, salvador, em grego, inicia-se e
termina com a letra sigma. Por fim, o sigma representava a estrela polar
do hemisfério Sul, onde está situado o Brasil. Os três elementos
representados no sigma indicavam um ideal integral, unindo ciência,
religião cristã e uma naturalização da existência do grupo, com a
referência à estrela, querendo com isso dizer que este ideal estaria
inscrito nos céus.
Grupo de integralistas do estado do Ceará. A vestimenta era uma identificação dos integralistas
As vestimentas eram iguais a todos e
constituídas pelas peças superiores na cor verde e as inferiores, calças
e saias, na cor branca, adicionando ainda uma braçadeira com o símbolo
do sigma. O objetivo era uniformizar a aparência dos camisas-verdes, os
homens, e as blusas-verdes, as mulheres, tentando com isso superar os
individualismos, dando unidade estética ao movimento, que era
complementado por uma postura que deveria ser a mesma, principalmente
nas fotos.
Além do lema, “Deus, pátria e família”, essa simbologia constituía o ideário desse grupo fascista.
fonte: http://www.historiadomundo.com.br/
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