Dia 20 de março é o décimo aniversário da invasão norte-americana ao
Iraque. Dizem que o Iraque está melhor pós-Saddam Hussein. Deve ser, não
sei. Eu quero falar dos feridos e dos mortos nessa guerra absurda. Os
cálculos variam, mas estima-se que de 110 mil a 170 mil pessoas morreram
no Iraque, entre civis e combatentes. Eu quero falar dos soldados que
tiveram suas vidas destruídas pela guerra. Eu quero falar de pessoas
como Ty Ziegel, cuja foto você vê acima.
Ty tinha uma noiva antes da guerra, quando se tornou um dos mais de
900 soldados norte-americanos que sofreram queimaduras graves desde 2001
no Iraque ou no Afeganistão. Ele se casou depois que voltou, com o
rosto completamente desfigurado e sem o braço esquerdo. Sua esposa Renee
Kline o deixou dois anos depois. Ty morreu aos 30 anos em dezembro
passado, em um mal-explicado acidente no gelo.
O governo dos EUA prefere não dar muito destaque a estas histórias.
Tampouco gosta de divulgar que um em cada cinco soldados voltou de lá
com problemas mentais, segundo diz o próprio Pentágono, sem entrar em
mais detalhes. 838 perderam uma perna ou um braço no Iraque e no
Afeganistão. 2,6% sofreram três ou quatro amputações. Muitos deles
continuam a sentir dor, mesmo após a perda dos membros. E muitos tiveram
que ir à Justiça para receber uma indenização digna por isto.
Aos dez anos da guerra do Iraque, eu quero mostrar estes rostos
ocultos para lembrar os horrores das guerras. Às vezes as pessoas
esquecem. Talvez seja mais confortador (ou hipócrita) pensar que o
Iraque “vai bem”, que “valeu a pena”. Será?
fonte: http://www.socialistamorena.com.br/
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