Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Ao fazer um balanço dos dez anos desde a criação da
Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), a
ministra Luiza Bairros destacou como pontos positivos a aprovação do
Estatuto da Igualdade Racial e a aplicação de ações afirmativas,
sobretudo das cotas raciais.
“Os avanços são bastante significativos nestes dez anos. Do ponto de
vista da institucionalização da política de promoção da igualdade
racial, a Seppir desencadeou no Brasil a possibilidade de criação de
órgãos estaduais e municipais que são extremamente importantes para
fazer chegar até as pessoas tudo aquilo que é pensado em termos de
inclusão da população negra.”
Em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC),
ela avaliou a aprovação do estatuto como um passo extremamente
importante, já que define em lei as obrigações do setor público nos três
níveis de governo.
Já em relação às ações afirmativas, a ministra disse que o fato de o
país ter hoje um ambiente jurídico seguro para a aplicação das cotas
raciais, por exemplo, representa um avanço fundamental não só da
consciência da sociedade brasileira como também do próprio Estado.
Luiz também comentou a aprovação, em primeiro turno, da proposta de
emenda à Constituição (PEC) que amplia os direitos trabalhistas dos
empregados domésticos, conhecida como PEC das Domésticas.
“Considero que essa é uma vitória muito grande nossa, da sociedade
brasileira como um todo”, disse. “Temos em todo o país cerca de 7
milhões de trabalhadores domésticos. À medida que a lei for aprovada no
Senado e depois efetivada, vai causar um impacto muito grande no país do
ponto de vista de permitir o acesso a direitos a uma boa parcela da
população”, completou.
A ministra falou ainda sobre a permanência do deputado federal
Pastor Marco Feliciano (PSC-SC) na presidência da Comissão de Direitos
Humanos da Câmara. Ela avaliou que a decisão de colocá-lo à frente da
comissão foi tomada no âmbito de outro poder e que não cabe ao Executivo
interferir diretamente no assunto.
“Mas a verdade é que toda a mobilização que tem havido contra o nome
do deputado na presidência da comissão coloca na mão do PSC, o partido
ao qual ele pertence, uma decisão de extrema importância: de reavaliar
se é coerente, com o histórico de direitos humanos no Brasil, manter uma
pessoa com as convicções do deputado na presidência de uma comissão tão
importante.”
Edição: Juliana Andrade
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