sábado, 13 de outubro de 2012

Veja dez situações em que os pais devem ou não ouvir a opinião dos filhos



Pare um minuto e observe sua família. Se o grande tomador de decisões sobre o restaurante onde todos vão jantar no fim de semana, ter ou não um cachorro e o destino das férias tem menos de dez anos, pense melhor.

"Ouvir a criança em situações nas quais ela não deve ser ouvida é ser um mau pai", afirma o psiquiatra Içami Tiba, autor de "Família de Alta Performance" e "Quem Ama Educa" (Integrare Editora). Segundo ele, a regra fundamental para saber em que situações cabe ouvir a opinião das crianças --e em que situações isso é descabido-- é se perguntar: a decisão envolve algo que é para filhos ou pais?

A especialista em Psicopedagogia e Neuroaprendizagem Irene Maluf, com 38 anos de experiência clínica, concorda. "Escolher é um aprendizado. Para uma criança, que ainda não tem recursos internos para saber o que quer, é uma tortura", diz.

A especialista define o ato de educar como "aproveitar oportunidades que a vida dá para ensinar algo a seu filho. A decisão final, sobre qualquer assunto, é dos pais. Mas UOL Comportamento listou abaixo algumas situações cotidianas para dizer, em cada uma delas, se os pais devem ou não ouvir a opinião da criança. As sugestões valem para quem tem filhos entre três e dez anos. Veja:

Quando os pais devem pedir a opinião dos filhos:


A escola em que vai estudar
Irene sugere que os pais façam uma pré-seleção das escolas adequadas ao orçamento da família e à filosofia de educação aplicada em casa. Depois, os filhos podem escolher entre as selecionadas. Para Içami Tiba, como a escolha da escola envolve o projeto de educação, esse assunto é dos pais. Portanto, o aval final é sempre do adulto.

O brinquedo que vai ganhar
Embora seja um item exclusivo para a criança, o brinquedo é comprado pelos pais. Portanto, vale uma negociação: ela pode escolher, mas dentro de um cardápio de opções delimitado pelos adultos, levando em conta o preço e a indicação etária do brinquedo. Os pais dão as opções que consideram adequadas e, entre elas, a criança opta por qual prefere.

O que vai vestir
A criança pode escolher a roupa, desde que os pais também delimitem algumas opções. Quanto menor ela for, menos alternativas deve ter para escolher. Conforme vai crescendo, vai se tornando capaz de optar sozinha pelas peças adequadas para o clima e o contexto em que vai se apresentar.

O restaurante em que a família vai jantar
Desde que não seja só a criança quem determina isso, ela pode opinar. Se a família vai jantar junta, a decisão também é conjunta. Os membros podem se decidir em revezamento, com cada um indicando seu restaurante favorito, dentro de algumas opções selecionadas pelos pais.

Itens que vão para o carrinho do supermercado
Os filhos podem dar sugestões do que comprar no supermercado --dentro de um limite, mais uma vez definido pelos adultos. Aproveite a ocasião para mostrar que chocolates e balas não são essenciais. Explique que, depois de colocar dentro do carrinho tudo que está na lista de compras, ela pode escolher, se o dinheiro for suficiente, um item dentre os que gostou.


Situações em que as crianças não devem opinar:


Celular novo do pai
Segundo uma pesquisa realizada pela Viacom no ano passado, 73% dos pais pedem opinião da criança na hora de comprar um produto --seja ele infantil ou não. "A publicidade está pensando na criança como promotor de venda junto aos pais", afirma Isabella Henriques, diretora da área de Defesa e Futuro do Instituto Alana, que combate a publicidade infantil. "Resta à família o difícil papel de dizer 'não'".

Ter ou não um animal de estimação
O bicho de estimação é da família e quem vai cuidar são os pais. Uma criança que é incapaz de cuidar de si própria não pode ser responsabilizada por outro ser vivo. Por outro lado, se a criança não gosta de cachorros, os pais devem respeitar e não forçar a adoção ou compra de um bichinho.

Destino das férias
As férias são passadas em família --portanto, são uma decisão dela. Claro que as necessidades da criança devem ser levadas em conta. Mas ir para a Disney porque o filho de três anos quer, parece um pouco suspeito, segundo Irene. "Com três anos, a criança mal sabe o que é a Disney", diz. Provavelmente, esse é um desejo de pais ansiosos por provar um status social, não da criança.

O tempo que vai passar em frente ao computador, videogame ou TV
Todos os assuntos de rotina devem ser definidos pelos adultos. Os pais devem estipular quanto acesso os filhos terão aos aparelhos. Colocar o videogame, o computador ou a televisão no quarto da criança torna mais difícil o controle desse limite.

Hora de dormir
Este também é um assunto referente à rotina. "'Querer' é diferente de 'precisar' e a criança tem de aprender isso", diz Irene. Ela pode querer dormir às 22h, mas precisa deitar às 20h, porque no dia seguinte acorda cedo para ir à escola. Esta decisão --e a aplicação dela-- cabe aos pais.

fonte: http://mulher.uol.com.br/comportamento

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