FELIPE SELIGMAN-DE BRASÍLIA
O resumo
do julgamento do mensalão publicado nesta sexta-feira no "Diário de
Justiça" eletrônico do STF (Supremo Tribunal Federal) reitera que o
ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) teve a função de "organizar" e
"controlar" o esquema.
Durante o julgamento, a Corte entendeu que houve desviou de dinheiro
público com o objetivo de corromper parlamentares e garantir apoio
político ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso.
Leia a íntegra do resumo (a partir da página 39)
"A organização e o controle das atividades criminosas foram exercidos
pelo então ministro-chefe da Casa Civil, responsável pela articulação
política e pelas relações do governo com os parlamentares", diz o
documento.
O resumo também afirma que para chegar à condenação dos principais
acusados, os ministros do tribunal levaram em conta "várias reuniões
mantidas entre os corréus no período dos fatos criminosos, associadas a
datas de tomadas de empréstimos fraudulentos junto a instituições
financeiras cujos dirigentes, a seu turno, reuniram-se com o organizador
do esquema".
Após citar, entre outros fatos, a existência de dezenas de recibos
"meramente informais e destinados ao uso interno da quadrilha", o
documento conclui que o tribunal conseguiu formar "um sólido contexto
fático-probatório, descrito no voto condutor [do relator Joaquim
Barbosa]". "O acervo de provas e indícios somados revelaram, além de
qualquer dúvida razoável, a procedência da acusação quanto aos crimes de
corrupção ativa e passiva."
Além disso, o resumo também argumenta que a alegação de que os recursos
serviam para o pagamento de dívidas de campanha mostrou-se "inócua, pois
a eventual destinação dada ao dinheiro não tem relevância para a
caracterização da corrupção".
Sobre o crime de quadrilha, o texto afirma que "o extenso material
probatório, sobretudo quando apreciado de forma contextualizada,
demonstrou a existência de uma associação estável e organizada, cujos
membros agiam com divisão de tarefas, visando à prática de delitos, como
crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional,
além de lavagem de dinheiro".
A decisão lembra também que, segundo os ministro, esse grupo criminoso
funcionou do fim de 2002 a junho de 2005, "quando os fatos vieram à
tona", no caso, a entrevista do ex-deputado Roberto Jefferson à Folha.
"Essa associação estável -- que atuou do final de 2002 e início de 2003
a junho de 2005, quando os fatos vieram à tona -- era dividida em
núcleos específicos, cada um colaborando com o todo criminoso, os quais
foram denominados pela acusação de (1) núcleo político; (2) núcleo
operacional, publicitário ou Marcos Valério; e (3) núcleo financeiro ou
banco Rural."
PRAZOS
O documento divulgado hoje é o resumo do resultado oficial do
julgamento. A íntegra dos votos ainda não foi divulgada, o que deverá
ocorrer na próxima segunda-feira, segundo informou o STF. Os prazos para
que os advogados entrem com os recursos começará a contar na próxima
terça-feira.
O prazo foi estendido na última quarta-feira após pedido dos advogados de réus.
Isso porque o documento só considerado formalmente publicado no dia útil
seguinte à sua divulgação. Como foi divulgado hoje, ele é considerado
publicado na segunda e o prazo de dez dias para as contestações começa a
contar a no dia seguinte. Ele se encerrará no dia 2 de maio.
Apenas após esgotadas as possibilidade de recursos o processo será
considerado transitado em julgado e as penas começarão a ser cumpridas.
Ao todo, 25 dos 37 réus julgados na ação penal do mensalão foram
condenados. O Supremo entendeu que houve compra de votos de
parlamentares no início do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. O esquema, no entendimento da maioria dos ministros, era operado
pelo empresário Marcos Valério, dono de agências de publicidade com
contratos no governo.
fonte: http://www1.folha.uol.com.br
Prezados,
ResponderExcluirApresento o documento “Gmail - Complementos à Petição CIDH-OEA 2292-12”, http://pt.scribd.com/doc/137010155/Gmail-Complementos-a-Peticao-CIDH-OEA-2292-12 , onde estamos esclarecendo alguns pontos que por ventura ficaram obscuros quando de nossa apresentação de petição à CIDH-OEA, relacionada à Inconstitucionalidade do FORO PRIVILEGIADO, e por isso, à pueril avaliação do Habeas Corpus por mim impetrado no STF.
Abraços,
Plinio Marcos