A Secretaria
Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul informou que morreu no final da
noite deste domingo mais uma vítima do incêndio na boate Kiss, ocorrido
na madrugada do dia 27 de janeiro em Santa Maria. O paciente, que não
teve a identidade divulgada, estava internado no hospital Cristo
Redentor, em Porto Alegre. Com isso, o número de mortos por causa da
tragédia chega a 239.
Ao todo, 49 pacientes ainda seguem
hospitalizados devido ao incêndio na Kiss.Deste total, 13 pacientes
precisam de ventilação mecânica para respirar. Os feridos estão em
hospitais de Porto Alegre, Caxias do Sul, Canoas e Santa Maria.
Incêndio na Boate Kiss
Um
incêndio de grandes proporções deixou mais de 230 mortos na madrugada
do dia 27 de janeiro, em Santa Maria (RS). O incidente, que começou por
volta das 2h30, ocorreu na Boate Kiss, na rua dos Andradas, no centro da
cidade. O Corpo de Bombeiros acredita que o fogo tenha iniciado com um
artefato pirotécnico lançado por um integrante da banda que fazia show
na festa universitária.
Segundo um segurança que trabalhava no
local, muitas pessoas foram pisoteadas. "Na hora que o fogo começou, foi
um desespero para tentar sair pela única porta de entrada e saída da
boate, e muita gente foi pisoteada. Todos quiseram sair ao mesmo tempo e
muita gente morreu tentando sair", contou. O local foi interditado e os
corpos foram levados ao Centro Desportivo Municipal, onde centenas de
pessoas se reuniam em busca de informações.
A prefeitura da cidade
decretou luto oficial de 30 dias e anunciou a contratação imediata de
psicólogos e psiquiatras para acompanhar as famílias das vítimas. A
presidente Dilma Rousseff interrompeu uma viagem oficial que fazia ao
Chile e foi até a cidade, onde se reuniu com o governador Tarso Genro e
parentes dos mortos. A tragédia gerou uma onda de solidariedade tanto no
Brasil quanto no exterior.
Os feridos graves foram divididos em
hospitais de Santa Maria e da região metropolitana de Porto Alegre, para
onde foram levados com apoio de helicópteros da FAB (Força Aérea
Brasileira). O Ministério da Saúde, com apoio dos governos estadual e
municipais, criou uma grande operação de atendimento às vítimas.
Na
segunda-feira, quatro pessoas foram presas temporariamente - dois
sócios da boate, Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, e
Mauro Hoffmann, e dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira,
Luciano Augusto Bonilha Leão e Marcelo de Jesus dos Santos. Enquanto a
Polícia Civil investigava documentos e alvarás, a prefeitura e o Corpo
de Bombeiros divergiam sobre a responsabilidade de fiscalização da casa
noturna.
A tragédia fez com que várias cidades do País realizassem
varreduras em boates contra falhas de segurança, e vários
estabelecimentos foram fechados. Mais de 20 municípios do Rio Grande do
Sul cancelaram a programação de Carnaval devido ao incêndio.
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