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O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas
Barbosa, afirmou nesta quinta-feira (22) que os médicos cubanos que
virão para o Brasil devem ganhar o mesmo que em Cuba e 74% deles deverão
trabalhar
nas regiões Norte e Nordeste, em locais que não forem escolhidos nem
pelos médicos brasileiros nem pelos estrangeiros que participam do
programa Mais Médicos.
Segundo Barbosa, o Ministério da Saúde cumpriu o cronograma e deu primeiro "total prioridade" aos médicos brasileiros.
"Por nós, todos os 15 mil postos seriam ocupados por brasileiros", disse.
Depois disso, foi dada a opção para os médicos estrangeiros optarem para onde queriam ir.
"Mesmo assim, não conseguimos preencher (tudo), estamos só com 15% da necessidade (atendida)", afirmou.
O secretário explicou que, agora, a pasta inicia acordos bilaterais para direcionar o atendimento de demandas específicas.
"Eles (médicos oriundos de acordos bilaterais) estão vindo para aqueles locais em que o Brasil indica que precisa", explicou.
Remuneração dos cubanos
De acordo com Barbosa, o governo brasileiro não tem informação sobre ovalor
exato que os médicos cubanos devem receber pela atuação no Mais
Médicos. Segundo o secretário, eles deverão ter o mesmo salário que
recebem trabalhando em Cuba ou em outras missões no exterior.
De acordo com Barbosa, o governo brasileiro não tem informação sobre o
Pelo acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana de Saúde (Opas)
para contratar 4 mil médicos cubanos, o governo brasileiro pagará à
Opas o valor equivalente à remuneração dos demais profissionais do Mais
Médicos (R$ 10 mil), e a organização repassará esse dinheiro para o
governo cubano.
O governo não sabe quanto dos R$ 10 mil ficará com os médicos e quanto
irá para o governo cubano. A declaração foi feita em uma reunião nesta
quinta-feira (22) com representantes dos municípios de São Paulo sobre o
programa federal.
"Não podemos pagar diretamente ao médico cubano. O governo cubano só
aceita enviar médicos sob a forma de um acordo bilateral, e é isso o que
está sendo feito", disse Barbosa. Questionado sobre as declarações de
entidades médicas brasileiras, que mostraram preocupação com as
condições de trabalho dos profissionais cubanos, ele enfatizou que os médicos estão vindo para o Brasil voluntariamente.
Segundo Barbosa, o Brasil já recebeu médicos cubanos em situação parecida na década de 1990.
"Cuba já faz esse tipo de cooperação há muito tempo. Já teve inclusive
com o Brasil na década ade 1990 e em vários outros países do mundo. Eu
desconheço qualquer caso em que os médicos cubanos se insubordinaram ou
não trabalharam de maneira adequada. Pelo contrário. Quando trabalharam
no Brasil, tendo a formação específica em atenção básica, eles prestaram
um excelente trabalho", disse".
Barbosa afirmou que os profissionais cubanos têm pleno domínio da
língua portuguesa e que o idioma não deve ser uma barreira para a
atuação dos médicos. Quando chegarem ao país, farão nova avaliação e
aqueles que não atenderem a todos os critérios serão automaticamente
desligados do programa.
"O programa não prevê ter um tradutor junto do médico na hora de prestar atendimento", afirmou.
Questionado sobre o risco de os médicos permanecerem no país após o
programa, atuando sem a devida validação do diploma, o secretário
assegurou que eles não terão validação plena para trabalhar no Brasil
fora do contexto do Mais Médicos.
"Isso, inclusive, é uma cegueira de algumas entidades médicas. Eles não tiram postos de médicos brasileiros", disse.
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