O som e a sua ausência estão estreitamente ligados à vida de
Alexander Graham Bell, o homem que pôs a humanidade a falar à distância,
sem sair de casa, quando criou o telefone. Ele que, mais do que
inventor, se via como um professor dos surdos, a quem queria dar a fala,
gravou as suas próprias palavras num disco de cera, a 15 de Abril de
1885. Passados 128 anos, uma equipa de cientistas conseguiu devolver-nos
a sua voz.
“Em jeito de testemunho, oiçam a minha voz, Alexander Graham Bell.” É
assim que termina a gravação centenária com quatro minutos e 52
segundos em que o inventor de origem escocesa começa por fazer uma
contagem de números de forma sistemática: um, dois, três e por aí em
diante. A gravação pertence ao Museu Nacional da História da América,
que faz parte do Instituto Smithsonian, na cidade de Washington.
“Identificar a voz de Alexander Graham Bell – o homem que nos trouxe a
voz de todas as outras pessoas [pelo telefone] – é um grande momento no
estudo da história”, disse John Gray, director do museu. “Além de vir
ajudar-nos a identificar outras gravações, esta descoberta também
enriquece aquilo que sabemos acerca dos finais do século XIX – quem
falou, o que diziam, e como diziam – e aquilo que foi o período
formativo de experimentação no som.”
É esta voz que se pode ouvir agora. Charlotte Gray descreve-a:
“Vigorosa e decidida – como o inventor, que por fim fala connosco
através dos anos.”
Alexander Graham Bell's Voice, ca. 1885
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