Episódios trágicos que envolvem emoções muito fortes, como o incêndio
na boate Kiss de Santa Maria (RS), que deixou 235 mortos e 143 pessoas
internadas, podem desencadear não apenas reações físicas imediatas, como
risco de pneumonia e morte, mas também doenças psíquicas a médio e
longo prazos, como depressão e estresse pós-traumático, que acabam tendo
reflexo em todo o organismo.
Segundo o especialista em neurociências da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) e membro da Associação Brasileira do Trauma (ABT)
Carlos Alberto Franco, as pessoas que sobreviveram têm uma capacidade
individual de absorção e recuperação do susto ou luto.
Forma como as pessoas lidam com perdas e luto é muito individual,
diz especialista (Foto: Felipe Dana/AP)
diz especialista (Foto: Felipe Dana/AP)
"Os amigos e familiares também podem se culpar indevidamente por não
terem salvado alguém. Mas o primeiro instinto que o cérebro tem é de
sair do lugar, é instintivo. Depois que passa o perigo, de forma
consciente, a pessoa quer saber onde está o outro", explica Franco.
A forma como as pessoas lidam com a perda varia com o perfil e a
história de cada um, segundo o especialista. Mas o natural seria, em
três meses, começar a perceber o fato como algo pertencente ao passado,
embora o mal-estar ainda esteja presente. Em três a seis meses, a dor
costuma se atenuar, mas pode levar até um ano para o indivíduo voltar a
ter energia para desempenhar suas atividades normais.
fonte: http://g1.globo.com/bemestar/notici
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