A Comissão da Verdade pode aparecer de várias formas nos vestibulares de 2012
No ano de 2012, tivemos um intenso debate sobre a formação da Comissão da Verdade,
uma comissão formada por membros designados pelo governo federal para
investigar os crimes cometidos pelo Estado durante o século XX. Contudo,
quais seriam esses crimes que eles investigarão? Que verdade é essa a
ser exposta? Enfim, de que modo essa comissão tem a possibilidade de
aparecer nos vestibulares de 2012?
A primeira questão óbvia é que a Comissão da Verdade terá como grande
meta investigar os crimes de tortura, prisão arbitrária e assassinato
acontecidos na Ditadura Militar
(1964 - 1985). Desse modo, o vestibulando precisa ficar atento aos
métodos de coerção e repressão que aconteceram durante o regime militar.
Nesse aspecto, sugerimos aquela “revisada especial” no Ato Institucional nº 5,
nas propagandas oficiais que pretendiam acobertar a repressão daquele
tempo e o processo de formação das guerrilhas daquele período.
Por outro lado, não podemos cair na bobeira de só estudar o Regime
Militar por conta da formação da Comissão da Verdade. Bancas de prova
mais atentas podem também relacionar o fato com o Estado Novo, o governo ditatorial de Getúlio Vargas
que também será investigado pela comissão. Sendo assim, sugerimos que o
vestibulando observe atentamente o processo de formação do Estado Novo,
dando atenção especial ao Plano Cohen (que justificou o golpe dado por
Vargas) e a atuação contra os opositores do regime.
Além dessas questões, podemos ver que a atuação da Comissão da Verdade
também abre precedente para a formulação de questões mais complexas,
típicas de uma segunda fase de vestibular. Sendo assim, fique atento
para questões relativas às justificativas que legitimam o papel a ser
desempenhado por esta comissão. Isso implica em fazer associações entre
história, memória e cidadania. Mas, de que forma essas coisas poderiam
aparecer?
A Comissão da Verdade não vai punir ninguém, logo a sua função será
investigar documentos e recolher relatos que permitam um olhar mais
amplo sobre nossas ditaduras. A Comissão será uma forma de tornar nossas
imagens sobre o passado um tanto quanto mais nítidas. Afinal,
organizamos uma nova democracia na década de 1980 sem reconhecer quais
foram as personagens que atuaram contra um tipo de regime que
consideramos fundamental para a conquista e garantia dos direitos do
cidadão.
Finalizando nossas dicas sobre o tema, ressaltamos que a Comissão tem
que ser vista em um espectro mais amplo de ações que visam reparar
alguns resquícios presentes do passado ditatorial. Em algumas cidades,
já tramitam projetos de lei, por exemplo, que visam retirar o nome de
vias, prédios, escolas e monumentos públicos que façam qualquer tipo de
homenagem aos dirigentes do regime militar. Sendo assim, a Comissão pode
aparecer nas provas ao lado desse tipo de ação revisora de nosso
passado recente.
Por Rainer Gonçalves Sousa
Colaborador Brasil Escola
Graduado em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG
Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás - UFG
fonte: http://vestibular.brasilescola.com
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