quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Veja dicas de concursos para vagas na área de segurança pública


 
Do G1, em São Paulo

A área de segurança pública está muito aquecida neste início de ano: os concursos  oferecem no total mais de 13 mil vagas a serem preenchidas por quem estiver bem preparado. Só nesta quarta-feira (16) foram lançados dois novos editais para 700 vagas de agente de segurança - 500 no Espírito Santo e 200 em São Paulo. O candidato que escolhe essa área de concurso tem um perfil bastante específico: mesmo que concorra a algum cargo administrativo, costuma preferir órgãos envolvidos com a atividade policial, cujos desafios exercem grande atração.
Os salários e níveis de exigências variam de um cargo para outro e de cargos similares em um estado (polícia civil, militar e bombeiro) ou município (guarda municipal) para outro. Até mesmo os requisitos exigidos, como nível de escolaridade, idade máxima e altura mínima podem variar, desde que estejam estabelecidos na lei que rege o cargo naquela unidade da federação. Naturalmente, melhores remunerações costumam corresponder a maiores exigências quanto a escolaridade e conteúdo programático.
Mande dúvidas sobre concursos no espaço para comentários; perguntas selecionadas serão respondidas em coluna quinzenal
A evolução da sociedade demanda que a segurança pública seja exercida cada vez mais com respeito aos direitos humanos e de acordo com os ditames da lei. Para isso são necessários servidores bem preparados técnica e psicologicamente. Observamos que os concursos públicos têm traduzido essa tendência, elevando os níveis de escolaridade exigidos e ampliando os conhecimentos necessários, incluindo direitos humanos e afins para cargos da polícia militar e disciplinas de direito na maioria dos editais para a polícia civil.
Isso é, de certa forma, uma maneira de a administração pública selecionar candidatos com perfil alinhado com essa nova política. Exceção surpreendente a isso é o estado de São Paulo, que ainda exige apenas nível fundamental de escolaridade para os seus agentes da polícia civil e bombeiros militares, e o edital atual para a Polícia Militar do Espírito Santo, que cobra apenas conhecimentos de português e matemática.
Praticamente todos os concursos incluem redação.

O conhecimento de leis relacionadas à atividade também vem sendo cobrado na maioria dos concursos.

Vale lembrar que os concursos para a polícia, exatamente em razão do tipo de atividade, têm características próprias. A maioria exige altura mínima e idade máxima para o candidato poder concorrer (os concursos federais, como PF, PRF e ABIN não exigem).
Além disso, o teste de aptidão física e o curso de formação fazem parte das etapas para a aprovação dos futuros policiais, que também serão submetidos a avaliações médicas (com teste antidrogas) e psicológicas mais rigorosas do que em outros concursos. A conduta do candidato em sua vida (investigação social e sindicância da vida pregressa) também é analisada para verificar se está ou não condizente com a futura atividade.

É bastante comum ser exigida habilitação para dirigir veículos automotores na categoria B, no mínimo.

Muitos editais não sugerem bibliografia, mas o candidato que sentir necessidade pode consultar edital de outro estado/município para buscar referência bibliográficas, lembrando que são apenas indicativas de fontes de estudo. Já as leis federais podem ser encontradas na página www.planalto.gov.br.

Guarda municipal
O nível de escolaridade pode variar, sendo mais frequente a exigência de nível médio. As disciplinas mais cobradas são: português, matemática/raciocínio lógico, informática, direito constitucional, direito administrativo, direitos humanos e cidadania, trânsito e leis específicas, sendo que nem todas estão em todos os editais.
Polícia Militar (Foto: Daniel Meneghetti/Divulgação) 
Polícia Militar de MG (Foto: Daniel Meneghetti/- Divulgação)
Polícia Militar
Cargos de soldado e oficial.
O nível de escolaridade varia de um estado para outro e é possível encontrar cargo de oficial que só exige nível médio (Mato Grosso do Sul) e de soldado que exige nível superior (Goiás e Distrito Federal).

Para os cargos de nível médio as disciplinas mais frequentes são: português, matemática, história e geografia. Em alguns casos, direitos humanos, atualidades e/ou informática.

Nos casos em que é exigido o nível superior de escolaridade, é comum serem cobradas também as disciplinas: direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal e leis extravagantes (legislação relacionada à área). Em alguns casos, também, direito penal militar e processual penal militar para oficiais.
Polícia Civil garantiu a segurança dos planetários no parque Planeta com duas delegacias móveis (Foto: Juliana Neves, G1 SC) 
Polícia Civil  (Foto: Juliana Neves, G1 SC)
Polícia Civil
Cargos de agente, escrivão, investigador, papiloscopista, delegado e perito.
O nível de escolaridade varia de acordo com o cargo e o estado, sendo que delegado e perito exigem nível superior.

As matérias frequentemente cobradas são português, direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal e leis extravagantes. Raciocínio lógico e informática também aparecem em diversos editais.
PRF-PB realiza operação na Paraíba (Foto: Divulgação/PRF) 
Polícia Rodoviária Federal (Foto: Divulgação/PRF)
Polícia Rodoviária Federal (Lei 9.654/98)
Nível superior para os policiais. Há também cargo administrativo de nível médio.
O último concurso da Polícia Rodoviária Federal aconteceu em 2009 e cobrou português, raciocínio lógico, informática, física, direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal, legislação específica, direito civil, direitos humanos e cidadania, direção defensiva, primeiros socorros, e legislação de trânsito.

Polícia Federal (Lei 9.266/96)
Cargos de agente, escrivão e papiloscopista – nível superior (curso de tecnólogo é aceito)
Perito – nível superior com formações específicas (bacharelado ou licenciatura - tecnólogo não é aceito). Delegado - bacharel em direito.,
Há também cargos administrativos de nível médio e superior.
Polícia Federal durante a Operação Squadre em rua de João Pessoa, Paraíba (Foto: Walter Paparazzo/G1)Polícia Federal durante operação em rua de João Pessoa, Paraíba (Foto: Walter Paparazzo/G1)
Disciplinas comuns para agente, papiloscopista, escrivão e perito: português, informática, atualidades, raciocínio lógico, direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal e legislação específica.
Disciplinas específicas
Agente: administração, economia e contabilidade;
Papiloscopista: física, química, biologia, arquivologia, noções de identificação e de estatística;
Escrivão: administração e arquivologia;
Perito: específicas relacionadas à área
Delegado: direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal, criminologia, direito civil, direito processual civil, direito previdenciário, direito financeiro e tributário, direito internacional público, e direito empresarial.

A PF protocolou pedido no Ministério do Planejamento para realizar concurso para 1.200 vagas - 600 vagas de agente, 450 de escrivão e 150 vagas de delegado. O concurso para 150 vagas de delegado, 100 de perito e 350 de escrivão, publicado em 2012, continua suspenso.
 
Banco Central do Brasil (Foto: Reprodução Globo News) 
Banco Central do Brasil (Foto: Globo News)
Banco Central – área 2 (segurança) - nível médio
O Banco Central também tem área destinada à segurança. O último concurso aconteceu em 2009, organizado pela Fundação Cesgranrio. As matérias básicas foram: português, direito constitucional, direito administrativo, atualidades e raciocínio lógico. Específicas: teoria e normas de segurança, e legislação específica.
Há pedido de autorização para realização de concurso.
 
Sede da Abin, em Brasília (Foto: José Cruz/ Abr) 
Sede da Abin, em Brasília (Foto: José Cruz/ Abr)
Agência Brasileira de Inteligência (Lei nº 11.776, de 17 de setembro de 2008)
Há cargos de nível médio (agente de inteligência) e superior sem formação específica (oficial de inteligência - graduação de nível superior em qualquer área de formação) e cargos que exigem formação técnica (agente técnico de inteligência ) ou graduação de nível superior específica (oficial técnico de inteligência).

Os últimos concursos da ABIN aconteceram em 2010 e 2008, ambos realizados pelo Cespe/Unb. As disciplinas cobradas no concurso de 2010, que era para os cargos com formação específica (médio/técnico e superior), foram: português, direito constitucional, direito administrativo, raciocínio lógico, informática e legislação específica, além das matérias relacionadas à área de atuação.

Já em 2008 o concurso foi para os cargos sem formação específica (médio e superior) e cobrou português , direito constitucional, direito administrativo, atualidades, geografia e língua estrangeira (inglês ou espanhol).

Estudar antes do edital
Quem pretende trabalhar na carreira de segurança pública deve iniciar os estudos com antecedência, a partir das matérias mais cobradas para o seu nível de escolaridade.
Os concursos mais simples de nível médio cobram português, raciocínio lógico/matemática, história, geografia, direitos humanos, informática e atualidades.
Outros incluem também direito constitucional, direito administrativo e algumas leis.
Para os cargos de nível superior, o grupo básico contempla português, direito constitucional, direito administrativo, direito penal, direito processual penal e leis extravagantes. Alguns cobram também informática, atualidades e raciocínio lógico. Com esse leque de disciplinas o candidato estará muito bem preparado para quando sair algum edital – bastará fazer os ajustes necessários e incluir alguma específica relacionada ao cargo.

Também é importante iniciar logo a preparação física, já que essa é uma etapa do concurso que costuma eliminar muitos candidatos. O tempo entre a prova escrita e a física pode não ser suficiente para condicionar o corpo às atividades que serão necessárias no teste.

*Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”

fonte: http://g1.globo.com/concursos-e-emprego

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