quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Avós ficam três horas em mar com netos para escapar de incêndio na Austrália


Por causa de um incêndio florestal causado por temperaturas recordes, o australiano Tim Holmes teve de fugir na sexta-feira de sua casa para se abrigar no mar sob um píer de madeira com sua mulher, Tammy, e seus cinco netos com idades entre 2 e 11 na cidade de Dunalley, na Tasmânia. "Não havia outra forma de escapar", disse Holmes.
AP
Tammy Holmes (2º à E) e seus cinco netos se abrigam sob píer para se proteger de incêndio florestal em Dunalley, Austrália (04/01)
Eles ficaram na água por três horas para escapar das chamas, que destruíram três casas que são propriedade da família. "A dificuldade foi que havia tanta fumaça e cinzas que provavelmente havia 200 a 300 milímetros de ar sobre a água", disse Holmes à TV Australian Broadcasting Corp. na segunda-feira. "Então éramos apenas cabeças, com água até nossos queixos e tentando respirar naquela atmosfera tão incrivelmente tóxica", relatou.
Nesta quarta-feira, as temperaturas recordes diminuíram na Austrália, reduzindo um pouco o risco de incêndios florestais. O país teve seu dia mais quente da história na segunda-feira, com uma média nacional de 40,33 ºC, quebrando por pouco o recorde de 40,17 ºC registrado em 1972. A terça-feira foi o terceiro dia mais quente com temperatura de 40,11 ºC. Quatro dos dez dias mais quentes da história australiana aconteceram em 2013.
"Há poucas dúvidas de que essa é uma onda de calor muitíssimo extrema. Se você observar sua extensão, duração e intensidade, é a mais significativa da história australiana", disse David Jones, gerente de monitoramento e previsão de clima do Birô de Meteorologia.
A diminuição das temperaturas trouxe algum alívio aos bombeiros, que combatiam cerca de 200 incêndios no sudeste do país, e lhes deu a chance de construir barreiras de terra para tentar conter o avanço das chamas. O risco para novos incêndios deve aumentar no fim da semana, quando as temperaturas se elevarão de novo.
Os incêndios têm sido mais devastadores na Tasmânia, onde ao menos 128 casas foram destruídas desde sexta e mais de 80 mil hectares foram queimados. Centenas de pessoas continuam em abrigos no sul do Estado.
*Com AP

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