Por causa de um incêndio florestal causado por
temperaturas recordes, o australiano Tim Holmes teve de fugir na
sexta-feira de sua casa para se abrigar no mar sob um píer de
madeira com sua mulher, Tammy, e seus cinco netos com idades entre 2 e
11 na cidade de Dunalley, na Tasmânia. "Não havia outra forma de
escapar", disse Holmes.
Eles ficaram na água por três horas para escapar das
chamas, que destruíram três casas que são propriedade da família. "A
dificuldade foi que havia tanta fumaça e cinzas que provavelmente havia
200 a 300 milímetros de ar sobre a água", disse Holmes à TV Australian
Broadcasting Corp. na segunda-feira. "Então éramos apenas cabeças, com
água até nossos queixos e tentando respirar naquela atmosfera tão
incrivelmente tóxica", relatou.
Nesta quarta-feira, as temperaturas recordes diminuíram
na Austrália, reduzindo um pouco o risco de incêndios florestais. O país
teve seu dia mais quente da história na segunda-feira, com uma média
nacional de 40,33 ºC, quebrando por pouco o recorde de 40,17 ºC
registrado em 1972. A terça-feira foi o terceiro dia mais quente com
temperatura de 40,11 ºC. Quatro dos dez dias mais quentes da história
australiana aconteceram em 2013.
"Há poucas dúvidas de que essa é uma onda de calor
muitíssimo extrema. Se você observar sua extensão, duração e
intensidade, é a mais significativa da história australiana", disse
David Jones, gerente de monitoramento e previsão de clima do Birô de
Meteorologia.
A diminuição das temperaturas trouxe algum alívio aos
bombeiros, que combatiam cerca de 200 incêndios no sudeste do país, e
lhes deu a chance de construir barreiras de terra para tentar conter o
avanço das chamas. O risco para novos incêndios deve aumentar no fim da
semana, quando as temperaturas se elevarão de novo.
Os incêndios têm sido mais devastadores na Tasmânia, onde
ao menos 128 casas foram destruídas desde sexta e mais de 80 mil
hectares foram queimados. Centenas de pessoas continuam em abrigos no
sul do Estado.
*Com AP
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