Além da dieta e do estilo de vida, a
patologia pode ser causada por uma série de outras situações, algumas
bastante inusitadas. Saiba o que é mito e o que é verdade e fique de
olho
Sentir dor no peito, que pode se espalhar pelo queixo, com dormência
nos braços ou nas costas são sinais clássicos de que a pessoa está tendo
um infarto. A doença pode ser definida como a parada súbita da
circulação do sangue no coração ou em uma das artérias coronárias. A dor
que se sente é causada exatamente pela falta de sangue que, não
conseguindo passar pelas veias, impede a oxigenação do coração. Os
principais motivos dessas obstruções são o sedentarismo, os maus hábitos
alimentares, a obesidade, o colesterol alto, a pressão alta, o estresse
e o tabagismo.
Apesar disso, o que muita gente não sabe é que existe uma série de
outros fatores inesperados que também podem causar um infarto, e eles
abrangem problemas com a vizinhança, uso de medicamentos e suplementos e
muito mais. A VivaSaúde conversou com alguns especialistas para
elucidar o que é mito e o que é verdade nos desencadeadores dessa
patologia. Confira!
Antibióticos podem provocar o problema
MITO — Os medicamentos, em si, não têm influência direta no risco de
infarto. O que Marcelo Sampaio, cardiologista do Instituto Dante
Pazzanese (SP), explica é que os antibióticos podem causar diferentes
tipos de lesão, entre elas a renal, o que consequentemente pode aumentar
o risco de infarto. “Mas não se pode afirmar que os antibióticos sejam
fatores de risco dessa doença”, diz.
Terapia para combater o câncer nada influencia no problema
MITO — Qualquer tratamento quimioterápico ou radioterápico — comumente
usado em tratamento para variados tipos de câncer — aumenta as chances
de infarto. “Faz parte da escolha de tratamento para um paciente com
câncer saber se ele já tem alguma tendência a sofrer infarto, porque
esse risco será aumentado com certos tipos de procedimentos”, explica
Sampaio.
Vale mais um bom vizinho que um amigo
VERDADE — Não há dúvidas de que o ambiente em que se vive possa
influenciar no risco de infarto. Estar insatisfeito, irritado, cansado e
sentir-se exigido pela vizinhança, por exemplo, tende a sobrecarregar o
funcionamento do coração e das artérias, podendo elevar a pressão e,
consequentemente, conduzir a um infarto. Além disso, “A vida na cidade
aumenta as chances da doença por uma série de fatores, inclusive a
poluição — muitas pesquisas mostram isso”, afirma Mauricio
Wajngarten,cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).
Seu chefe ainda vai lhe dar motivo para uma síncope!
VERDADE — Um estudo realizado pelos britânicos, em 2005, avaliou
funcionários públicos e descobriu que as pessoas que achavam que seus
chefes não consideravam seus pontos de vista ou que não se sentiam
fazendo parte da tomada de decisões, eram mais propensas a desenvolver
doenças cardíacas do que os demais funcionários. Há ainda outros estudos
que relacionam a tensão no trabalho com o aumento de 23% no risco
dessas doenças, incluindo o infarto. “As causas são as mesmas de
qualquer tensão nos relacionamentos, quando não vai bem pode gerar uma
carga de estresse e aumentar os riscos do infarto”, explica Wajngarten.
Clima com baixas temperaturas deixam as pessoas mais suscetíveis
VERDADE — Pode parecer estranho, mas a verdade é que em temperaturas
mais extremas — seja muito frio ou muito calor — o corpo é mais exigido e
isso pode sobrecarregar o trabalho das artérias, atrapalhando seu bom
funcionamento e causando o infarto. “No caso do inverno, há uma
vasoconstrição das artérias, além de a pessoa beber e comer mais,
desencadeando maiores possibilidades da doença”, finaliza Wajngarten.
Parar o uso de “Aspirina” indicada pelo médico
VERDADE — O Ácido Acetilsalicílico foi descoberto há mais de um século e
é o medicamento mais prescrito para pacientes cardiopatas em todo o
mundo. Segundo o cardiologista Ricardo Pavanello, do setor de
coronariopatias do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC), ele é
utilizado como antiagregante plaquetário, isto é, age combatendo a
formação de trombos (coágulos sanguíneos) que são, em associação à
aterosclerose (placas de gordura), a causa do entupimento das artérias
do coração e do cérebro. Esta é a razão por que o medicamento é
utilizado como anticoagulante. “O medicamento também possui efeito
anti-inflamatório, e seu uso contribui para a estabilização das placas
de gordura, protegendo o sistema arterial. Portanto, suspender, por
conta própria, uma terapia que busca prevenir complicações
cardiológicas, pode, sim, causar um infarto”, declara o especialista.
Mantenha o corpo livre de inflamações
VERDADE – “Determinadas inflamações podem contribuir para acentuar o
processo de infarto”, confirma José Monassa Pittella, coordenador do
departamento de coronária do Instituto Nacional de Cardiologia (RJ). As
bactérias das inflamações rompem as placas de gordura das artérias
fazendo com que sejam liberadas substâncias no sangue e isso facilita a
coagulação e, em alguns casos, a obstrução da passagem, gerando o
infarto.
Ter níveis de colesterol baixo (HDL) protege o coração
MITO — O que se sabe é que o risco de infarto aumenta quando o paciente
tem um nível alto do mau colesterol (LDL). Mas ainda não há provas
definitivas que comprovem que mesmo com o LDL dentro da normalidade, mas
com o colesterol bom (HDL) abaixo do indicado, a pessoa tenha mais
chances de ter a doença. Sampaio argumenta que “uma série de estudos tem
focado no tema para verificar se o baixo bom colesterol pode ser
considerado uma causa, mas como ainda não há definições científicas,
trata-se de um mito”.
Tristeza não se relaciona com a patologia
MITO — A depressão pode ser definida como uma doença do corpo como um
todo, ou seja, que acomete o paciente tanto física quanto
psicologicamente. Por isso, esta doença pode gerar processos
inflamatórios, mau funcionamento de diferentes órgãos, estresse, entre
outros sintomas que podem gerar o infarto. “A depressão pode, por
exemplo, engrossar o sangue e produzir hormônios que causam a
vasoconstrição, que é a diminuição da área de passagem do sangue pelas
artérias, fatores que influenciam no risco do infarto”, diz Sampaio.
Mau funcionamento dos rins aumenta a chance da doença
VERDADE — A função dos rins é justamente filtrar o sangue, se ele não
trabalha bem, faz com que o sangue que circula não esteja completamente
saudável. “Problemas renais podem causar acúmulo de gordura nas veias e
causar o infarto. Mas é importante lembrar que não necessariamente essa
relação acontecerá, depende de cada indivíduo”, explica Pitella.
Fonte: Revista Viva Saúde.
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domingo, 13 de janeiro de 2013
Causas do infarto que você ainda não sabe
Postado por Pr Maroel Bispo -
maroel bispo
às
05:57
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