quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Reclamações de estudantes prorrogam inscrições do Ciência sem Fronteiras



André Juliano, estudante de Design da ESPM no Rio Grande do Sul, tenta desde dezembro do ano passado se candidatar a uma vaga no programa Ciência sem Fronteiras . Criado em 2011, ele financia bolsas de intercâmbio em diversos países. O projeto é a menina dos olhos da presidenta Dilma Rousseff.
O jovem é um dos vários universitários da área de Design que, desde então, haviam perdido as esperanças de tentar fazer do sonho uma realidade. Uma falha no sistema de cadastro impedia esses estudantes de se inscrever na disputa pelas vagas abertas no final de novembro.
As reclamações dos estudantes levaram o Ministério da Educação a corrigir os problemas relatados por eles e, para que todos tenham tempo de se candidatar, prorrogar as inscrições dos editais abertos. O período para se inscrever terminaria no dia 14 de janeiro e, agora, se estenderá até o dia 24.
De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, 40 mil inscrições já foram feitas. Até 2015, o governo federal espera oferecer 101 mil bolsas. Atualmente, cerca de 18 mil já foram oferecidas. O programa, que privilegia a oferta de intercâmbio para estudantes das áreas tecnológicas, foi questionado na Justiça no fim do ano passado.
Falhas técnicas
O problema ocorreu porque cerca de 20 cursos, da área de Humanas, foram retirados do atual edital de bolsas. As graduações fazem parte da área de Indústria Criativa e, por isso, seus estudantes podiam se candidatar às vagas do programa. André e os colegas do Design estavam incluídos nesse rol.
Com a mudança do edital, estudantes se revoltaram. Além de criarem grupos de protesto em redes sociais, decidiram bombardear as centrais de atendimento do Ciência sem Fronteiras com perguntas e procuraram apoio da Justiça para resolver o impasse. A decisão judicial foi favorável a eles.
Mesmo com o apoio da Justiça, muitos alunos continuaram sem conseguir se inscrever no programa. No rol dos cursos disponíveis, eles não conseguiam encontrar o nome que correspondia ao da graduação que cursam na faculdade. Cada uma tem um nome diferente para o curso de Design. E só os nomes exatos permitiam o cadastro.
André e universitários de diferentes Estados insistiram em pedir ajuda por telefone e email para os responsáveis pela execução do Ciência sem Fronteiras, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Sem sucesso.
“Em todas as tentativas, não sabiam responder e pediam para que o problema fosse enviado por e-mail. As respostas burocráticas não explicavam ou resolviam nada, questionavam como forma de justificar que não estávamos fazendo direito e por isso não podiam fazer nada. Simplesmente informavam um número de protocolo e diziam que o problema foi encaminhado para o setor responsável”, conta André.
A Capes já havia prometido resolver o problema técnico, mas, até esta terça-feira, muitos estudantes continuavam sem conseguir completar o cadastro. André é um deles. Ele, junto com outros colegas, pediu apoio da instituição, que também tenta compreender quando a falha será corrigida.
Desilusão
Caroline Martini Brasaca, de 21 anos, é uma das universitárias que estava desiludida com o programa. Estudante do 3º semestre do curso de Design da Universidade Federal de Pelotas, ela também insistia todos os dias com os organizadores do programa para saber como se inscrever.
“Consegui hoje. Quero ir para o Canadá. Eu já estava desanimada, ninguém conseguia me dar uma explicação. Agora, espero que dê certo”, disse. André comemorou com os colegas – muitos desconhecidos, mas companheiros dos grupos de discussão – as conquistas dos que conseguiram se inscrever. E torce para fazer parte do grupo ainda.
André conta que, diretores da faculdade conseguiram falar com responsáveis pelo programa na Capes, que prometeram regularizar a situação até esta quarta-feira. De acordo com o Ministério da Educação, a informação exigida no cadastro voltará a ser a área de estudo e não o nome exato do curso.
“Estou contente por causa do movimento que houve, mas só vou ficar satisfeito quando ver minha inscrição concretizada. É um misto de frustração e alegria por ter uma esperança o que eu sinto. A gente não precisava passar por tudo isso”, afirma.

fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br

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