domingo, 13 de janeiro de 2013

Empresário de 21 anos conta como negocia com pessoas mais velhas



Quando tinha dez anos de idade, Gabriel Abdalla gostava de ir trabalhar com a tia em uma fábrica de massinha para modelar. 
Aos 16, quando estava no segundo ano do ensino médio, entrou como sócio, com um primo, em uma loja virtual de flores. Hoje, aos 21 anos, ele diz ter segurança para negociar, mesmo que do outro lado da mesa esteja alguém bem mais velho.
 
"Como comecei com 16 anos, fui aprendendo a lidar com outras pessoas em relação à minha idade", diz Abdalla, que no fim do ano passado lançou, com dois amigos de 21 e 28 anos de idade, a PagCom, empresa que produz um aplicativo que permite processar pagamentos com cartão de crédito e débito usando smartphones e tablets. O empreendedor diz que a companhia recebeu investimento, mas não revela quem fez o aporte, nem quanto.
 
O empresário diz que, quando precisa negociar com alguém mais velho, "não se coloca em posição inferior", mas tenta mostrar que está "disposto a ouvir e aprender". "Você nunca pode se sentir abaixo da pessoa com quem está negociando, mesmo que seja um executivo com 30 anos de mercado", diz.
 
Para ele, é essencial que o jovem demonstre conhecimento. "É preciso ter propriedade sobre o que você sabe o que está falando. Se a pessoa vê que você não tem segurança, perde a confiança em você", afirma.
 
Hoje, a PagCom tem quatro funcionários, incluindo um engenheiro de 60 anos. Abdala diz que a situação "não é fácil".
 
"A gente tem uma noção de hierarquia muito grande na empresa, e eu tenho claro na cabeça que, por mais que ele tenha o triplo da minha idade, sempre é possível se relacionar. E a gente está sempre aprendendo com eles", diz Abdala, que largou a faculdade de economia no primeiro ano. "Eu ia para a aula, mas ficava sempre pensando no projeto."
 
Para usar o serviço do PagCom, é preciso usar um aparelho que se acopla à entrada do fone de ouvido do celular e permite a leitura do cartão --o preço da filiação é de R$ 9,90. Depois, é necessário baixar um aplicativo para registrar as vendas. O usuário paga até R$ 16,90 por mês para usar o serviço, que cobra taxas entre 3,75% e 7% em cada transação.
 
O foco da companhia são profissionais liberais, como taxistas, feirantes e consultoras de beleza. Cerca de 500 pessoas participaram dos testes do projeto, no ano passado, e o plano do grupo é chegar a 3 milhões de usuários até o fim de 2013.
 
Fonte: Folha Online.

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