Luiz Garcia, O Globo
Todos os governos
têm segredos, que costumam ser de dois tipos: os que são exigência da
segurança nacional, e aqueles que, uma vez revelados, deixam em situação
insegura quem os guarda e protege.
É possível, para não dizer
provável, que estejam no segundo grupo os salários dos diplomatas e
outros funcionários que servem ao Itamaraty no exterior. Seis meses
atrás, o governo federal revelou quanto ganham os seus servidores no
país.
Mas o Ministério das Relações Exteriores não obedeceu às
regras do jogo aberto: até hoje não revelou à opinião pública qualquer
informação sobre quanto ganha a turma — que não é pequena — que sua a
camisa na certamente exaustiva missão de proteger os interesses oficiais
além-fronteiras. Nem alegou motivos para o segredo.
Admitamos que
esses motivos existem. Mas é preciso registrar que há dois meses o
Tribunal de Contas da União, corretamente empenhado na missão explícita
em seu próprio nome, deu prazo de um mês para que o Itamaraty abrisse o
jogo.
Além disso — o que é bastante importante — exigiu que os
salários acima do teto federal (28 mil reais e uns trocados) fossem
colocados embaixo desse teto. Parece uma exigência óbvia, mas o ministro
das Relações Exteriores, Antonio Patriota, alegou que a decisão do TCU
não era válida, devido a uma falha técnica não revelada à opinião
pública.
No momento, o assunto ainda não tem data marcada para ser
discutido no TCU, Pode acontecer na próxima sessão plenária do
tribunal, semana que vem, e pode ser colocado discretamente na
geladeira. O que não será surpresa.
Leia a íntegra em Secretos salários
fonte: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/
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