Com o maior número de inscritos no Sisu,
o curso de tecnologia em gestão pública do Instituto Federal de
Brasília (IFB) registrou uma evasão superior a 50% no último semestre. A
graduação foi fundada na metade de 2012 e até então teve apenas uma
turma. Segundo o coordenador do curso, Ailton Bispo, dos 30 alunos que
ingressaram, apenas 12 concluíram o período.
“A gente percebeu que muitos não sabiam o que era o curso, acabavam
descobrindo lá dentro. Isso ajuda a explicar a alta evasão”, afirma.
“Mas é importante ter em mente que não somos como um cursinho. Quem quer
um curso fácil e rápido não deve procurar uma instituição federal.”
Para ele, a taxa de reprovação também é consequência do alto nível do
curso, que tem disciplinas como cálculo, estatística, planejamento
urbano e direito tributário (veja acima vídeo com a descrição do curso).
“O nosso curso exige muita dedicação, é um curso bastante puxado. A
gente investe pesadamente em disciplinas aplicadas. Mas, em compensação,
o nosso aluno termina em condição de atuar em órgãos do setor público,
bem como iniciar um mestrado, se quiser. Eles têm uma boa noção de tudo.
Saem profissionais completos.”
Campus
Brasília do Instituto Federal de Brasília, onde é oferecido o curso de
tecnologia em gestão pública (Foto: Raquel Morais/G1)
Segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação
nesta segunda-feira (14), houve 12.221 inscritos para as 45 vagas
oferecidas em tecnologia em gestão pública – um índice de 271,57
candidatos por vaga. Depois dele, destacaram-se os cursos de medicina
das universidades federais de Juiz de Fora, do Ceará e do Acre.
A instituição foi a única da capital do país a oferecer vagas no
processo seletivo. Além do curso mais procurado, o IFB abriu
oportunidades em licenciatura em química, tecnologia em agroecologia e
licenciatura em letras/espanhol. Os novos alunos integrarão a segunda
turma, com 2.160 horas de disciplinas, além de grupos de pesquisa e
estágio supervisionado, ao longo de seis semestres.
Aluna da primeira turma de tecnologia em gestão
pública, Bruna Benevides (Foto: Raquel Morais/G1)
pública, Bruna Benevides (Foto: Raquel Morais/G1)
O diretor-geral do campus Brasília
do IFB, Gustavo Barros, afirma que o resultado foi inesperado, mas
reflete a realidade da capital do país. “É uma notícia assustadoramente
satisfatória e que mostra a situação de Brasília. Somos uma cidade muito
ligada ao serviço público e a concursos. É natural que as pessoas se
interessem por uma formação nesta área.”
Aluna da primeira turma de tecnologia em gestão pública do IFB, Bruna
Benevides se diz satisfeita com a escolha profissional. A jovem de 26
anos estava no último semestre de um curso técnico e resolveu abandonar
tudo após “se apaixonar pela grade curricular” da nova graduação.
“Em Brasília, não temos o histórico de escolas técnicas, mas a ideia é
muito aceita em outras unidades da federação. Eu fiquei encantada.
Fiquei um pouco com medo, porque é muito puxado, mas é realmente o que
quero”, afirma. “Acho que temos vantagem [em relação aos cursos
tradicionais] porque somos treinados a ter uma visão mais aberta. A
gente estuda o todo, aprende a equilibrar legalidade com o fazer as
coisas acontecerem.”
Dos 45 estudantes classificados em primeira chamada no Sisu, o
instituto diz que 41 são do DF, dois do Entorno, um do Maranhão e um de
Alagoas. As matrículas começam nesta sexta-feira (18).
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Curso
Focado no mercado de trabalho, o curso tem 26 professores, todos com pós-graduação em áreas como administração pública, economia, ciências sociais, contabilidade e letras. O objetivo é habilitar os estudantes em áreas gerenciais, de liderança e de gestão de pessoas. De acordo com o coordenador, o diferencial é o destaque para o setor público, diferentemente do que ocorre nos cursos tradicionais de administração.
Focado no mercado de trabalho, o curso tem 26 professores, todos com pós-graduação em áreas como administração pública, economia, ciências sociais, contabilidade e letras. O objetivo é habilitar os estudantes em áreas gerenciais, de liderança e de gestão de pessoas. De acordo com o coordenador, o diferencial é o destaque para o setor público, diferentemente do que ocorre nos cursos tradicionais de administração.
“Brasília é uma cidade onde o setor público tem a sua relevância. As
pessoas querem uma vaga no setor público, querem trabalhar no setor
público. Nosso curso vai instrumentalizar as competências e
conhecimentos dessas pessoas para que alcancem isso”, diz Bispo.
O ideal é que os candidatos à graduação tenham conhecimentos em matemática, saibam se expressar e gostem de escrever.
fonte: http://g1.globo.com/distrito-federal
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